A crescente demanda por profissionais de cibersegurança é um desafio global, com o Brasil necessitando de cerca de 750 mil especialistas, conforme dados da Fortinet. Para abordar essa lacuna, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) promoveu um evento para discutir o papel das mulheres na cibersegurança e como elas podem preencher essas vagas.
Marta Schuh, diretora do Departamento de Defesa e Segurança da Fiesp, destacou que o número de vagas na área tende a aumentar. Ela sugere que mulheres insatisfeitas em suas carreiras atuais considerem a transição para a cibersegurança, uma área que ainda é dominada por homens, com mulheres representando apenas 25% dos profissionais.
Para facilitar essa transição, Marta recomenda que as mulheres invistam em cursos relacionados à cibersegurança, como os oferecidos pelo Serviço Social da Indústria (Sesi). Ela enfatiza que, apesar das exigências das vagas parecerem intimidadoras, é importante que as candidatas acreditem em suas qualificações e se candidatem.
Andréa Thomé, diretora da WOMCY, reforça a importância de cursos curtos como porta de entrada na cibersegurança. Ela acredita que a transição de carreira é bem-vista e que há espaço para profissionais de diversas áreas, inclusive para aqueles com formação em humanas que desejam atuar na tecnologia.
Glauco Sampaio, da Cielo, destacou a importância da diversidade nas equipes de tecnologia, incluindo diversidade de idade. Ele argumenta que a experiência dos profissionais mais velhos é valiosa em momentos de crise e que as empresas devem implementar programas de diversidade estruturados.
Um exemplo de sucesso na transição de carreira é Natalia Amancio, que migrou da estatística para a tecnologia e hoje é executiva de Cloud no Google Brasil. Ela compartilhou sua trajetória, ressaltando a importância da educação e da adaptação às oportunidades para avançar na carreira.
Natalia também enfatizou a necessidade de aprender novas habilidades e de se posicionar adequadamente no mercado. Ela acredita que as mulheres devem estar preparadas para criar suas próprias oportunidades, forçando a abertura de janelas quando necessário.
O evento da Fiesp destacou a importância de incentivar a participação feminina na cibersegurança, uma área com vastas oportunidades e que pode beneficiar-se da diversidade de gênero e experiência.