O empresário Igor Ferreira Sauceda, motorista do Porsche que atropelou e matou o motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo, recebeu R$ 5 mil de auxílio emergencial durante a pandemia. Sauceda, de 27 anos, foi preso em flagrante e teve sua prisão convertida em preventiva pela Justiça de São Paulo.
O acidente ocorreu na madrugada de 29 de julho de 2024, na Avenida Interlagos, Zona Sul de São Paulo. Câmeras de segurança registraram o momento em que o Porsche amarelo avançou em direção à motocicleta, resultando na morte de Pedro, de 21 anos. Sauceda alegou que o motociclista quebrou o retrovisor de seu carro, o que teria motivado a perseguição.
Em depoimento, Sauceda afirmou que não teve a intenção de atropelar Pedro e que o motociclista mudou de faixa abruptamente, cruzando na frente do Porsche. No entanto, testemunhas e vídeos indicam que o empresário perseguiu deliberadamente a vítima. A juíza Vivian Brenner de Oliveira destacou que Sauceda usou o veículo como uma “verdadeira arma”.
Pedro Kaique Ventura Figueiredo, que trabalhava como entregador por aplicativo, voltava para casa após visitar a irmã quando foi atropelado. Ele deixou uma esposa e um filho de três anos. A namorada de Sauceda, que estava no carro no momento do acidente, sofreu ferimentos leves.
Além do caso de homicídio, Sauceda já havia sido acusado de usar o mesmo Porsche para perseguir uma família de empresários com quem tinha uma disputa. Em 2021, ele foi acusado de agredir um membro dessa família. Esses incidentes estão sendo investigados pelo 15º Distrito Policial, Itaim Bibi.
A revelação de que Sauceda recebeu auxílio emergencial gerou indignação. Ele recebeu seis parcelas de R$ 600 e outras duas de R$ 300 em 2020, além de sete parcelas de R$ 150 em 2021. A defesa de Sauceda ainda não se pronunciou sobre o caso.
A prisão preventiva de Sauceda foi decretada após audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda. A decisão foi baseada na gravidade da conduta e no risco que sua liberdade representaria para a sociedade. A investigação está sendo conduzida pelo 48º Distrito Policial, Cidade Dutra.
O caso gerou grande comoção e revolta, especialmente entre familiares e amigos de Pedro. O pai da vítima tentou agredir Sauceda na delegacia, expressando sua indignação com a tragédia. A comunidade também questiona a eficácia das medidas de segurança no trânsito e a impunidade em casos de violência no trânsito.
A morte de Pedro Kaique Ventura Figueiredo é mais um exemplo trágico das consequências da imprudência e da violência no trânsito. A sociedade espera que a Justiça seja feita e que medidas mais rigorosas sejam adotadas para prevenir novos casos como este.