Marco Antonio Carbonari, dono da vinícola Villa Santa Maria, está no mercado de produção de vinhos há 20 anos. O especialista nos conta neste artigo que no mundo dos vinhos a gente acaba se deparando com nomes e expressões desconhecidas no dia a dia. Então, se um dia você já encontrou “vinho varietal” no rótulo de algum vinho e não entendeu o que significava, continue lendo para saber tudo sobre esse termo.
Um vinho varietal, também conhecido como monocasta ou monovarietal, é aquele feito a partir de uma única variedade de uva ou com a predominância de somente uma. Porém, essa denominação depende da legislação de cada local. Por exemplo, no Brasil um vinho é considerado varietal quando tem ao menos 75% de uma variedade na composição, mas em países como Austrália e Chile a predominância deve ser igual ou maior que 85%. Já os vinhos monovarietais devem ser produzidos com 100% de uma variedade escolhida.
Marco Antonio Carbonari diz que a porcentagem restante pode ser completada com outros tipos de uva, caso o produtor ache necessário. A margem também oferece a oportunidade de empregar no vinho mais acidez ou mais textura com o acréscimo de outra cepa. Então, se o enólogo quiser produzir um vinho varietal com duas ou mais uvas ele precisa, antes de mais nada, se atentar à legislação do país.
O vinho varietal surgiu no Novo Mundo, mas para competir com as produções concorrentes das principais vinícolas europeias, o Novo Mundo passou a colocar em seus rótulos a uva utilizada para produzir aquela bebida e não a região/vinícola. Os consumidores passaram a ter credibilidade pois a embalagem continha as uvas tradicionalmente europeias estampadas e, então, passaram a consumir mais. Essa jogada de marketing também ajudou os sommeliers a identificarem a apresentação das diversas castas.
Entre os vinhos varietais mais famosos, Marco Antonio Carbonari destaca a produção francesa da Borgonha, que é referência no estilo. Nesta região da França, a produção de Pinot Noir, por exemplo, é única e exclusivamente feita a partir desta uva. Já os vinhos brancos são feitos completamente de Chardonnay, Riesling e Alvarinho, cada uma sozinha, claro, senão não seria um vinho varietal.