O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil fechou 2024 com um crescimento de 3,4%, a maior alta desde 2021, quando o país registrou 4,8% de crescimento. O desempenho positivo do PIB foi amplamente impulsionado pelos setores de serviços e indústria, que tiveram um crescimento robusto ao longo do ano. No entanto, o setor agropecuário enfrentou dificuldades, apresentando uma queda que impactou o resultado final da economia brasileira. A base de comparação, que estava fragilizada devido aos efeitos da pandemia de 2020, foi um fator importante para esse desempenho positivo, mas os desafios ainda persistem.
Os serviços tiveram um papel destacado no crescimento do PIB de 2024, especialmente os serviços voltados para o consumo interno, como comércio, transporte e telecomunicações. A recuperação do mercado de trabalho e o aumento do consumo das famílias, impulsionado pela melhoria da renda, ajudaram a alavancar esses setores. A retomada do turismo, por exemplo, também teve um papel relevante, com um aumento considerável no fluxo de turistas para o Brasil. Esse setor, que foi fortemente impactado pela pandemia, começou a se recuperar, contribuindo de forma significativa para o crescimento do PIB.
Outro setor que se destacou foi a indústria brasileira, especialmente as indústrias de transformação, como metalurgia, química e produtos alimentícios. O desempenho dessas indústrias foi impulsionado pela recuperação da demanda interna e pela manutenção das exportações para mercados como América Latina e Ásia. A indústria brasileira também se beneficiou de investimentos em inovação tecnológica, o que ajudou a aumentar a produtividade e a competitividade no cenário global. A modernização das fábricas e o aumento na produção de produtos de alto valor agregado contribuíram para o resultado positivo registrado em 2024.
Apesar do bom desempenho de serviços e indústria, o setor agropecuário teve um ano difícil. A produção agrícola enfrentou desafios climáticos, com secas prolongadas em algumas regiões, o que afetou a colheita de importantes produtos, como soja, milho e café. Além disso, a crise global de preços de fertilizantes e insumos também impactou a rentabilidade do setor. A queda nas exportações de produtos agropecuários e o baixo desempenho da pecuária contribuíram para o desempenho negativo do agronegócio, o que acabou influenciando o crescimento global do PIB em 2024.
A combinação desses fatores criou um cenário desigual no Brasil, com setores como serviços e indústria registrando avanços significativos, enquanto o agronegócio enfrentou dificuldades. No entanto, a recuperação do mercado de trabalho e o aumento do consumo interno ajudaram a minimizar os impactos da queda no setor agrícola, permitindo que o Brasil obtivesse uma taxa de crescimento positiva no PIB. Essa recuperação reflete o esforço de adaptação da economia brasileira às novas condições globais e nacionais após os anos difíceis impostos pela pandemia e pelos desafios econômicos.
O crescimento de 3,4% do PIB também reflete o efeito positivo da estabilização de fatores externos, como a desaceleração da inflação e a manutenção de uma política econômica que visou estimular o consumo e o investimento. No entanto, o desempenho desigual entre os setores, com os serviços e a indústria mostrando resultados positivos enquanto o agro enfrentou dificuldades, deve ser monitorado de perto. O agronegócio, como um dos pilares da economia brasileira, requer atenção contínua, especialmente para mitigar os impactos das mudanças climáticas e garantir o equilíbrio da balança comercial.
Para o futuro, espera-se que o Brasil continue a buscar maneiras de diversificar sua economia e reduzir sua dependência do setor agropecuário, promovendo investimentos nos setores de serviços e indústria. Com a inflação sob controle e uma política fiscal mais equilibrada, o Brasil tem o potencial de continuar sua trajetória de crescimento. No entanto, a recuperação do agronegócio será crucial para garantir que o crescimento do PIB seja sustentável a longo prazo, especialmente diante de desafios como a volatilidade dos preços internacionais e as dificuldades climáticas.
Em resumo, o PIB do Brasil registrou uma alta de 3,4% em 2024, com os setores de serviços e indústria liderando o crescimento, enquanto o setor agropecuário enfrentou dificuldades. A base de comparação com o ano de 2020, que estava fragilizada pela pandemia, foi um fator importante para o desempenho positivo. O Brasil continua a se adaptar às mudanças globais e a promover um crescimento econômico diversificado, mas é necessário que o setor agropecuário receba atenção especial para garantir que o país continue avançando de forma equilibrada e sustentável.